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26 de dezembro de 2010

o mergulho de regresso



queria dizer que eu te amo
mas sinto sempre que eu só te chamo
e o que sobra são só saudades
estão na caixa das mensagens
no mergulho de regresso das imagens
que me levam e me trazem por momentos
até nós

16 de dezembro de 2010

Se tivesse uma máquina de escrever, estas palavras estariam a causar muito barulho.

4 de dezembro de 2010

Tokio mood



Charlotte: I just don't know what I'm supposed to be. 
Bob: You'll figure that out. The more you know who you are, and what you want, the less you let things upset you.

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11 de novembro de 2010

E depois do Adeus


... o ficarmos sós.

Loucos e Santos!

Escolho os meus amigos não pela cor da pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila dos olhos. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espíritos, nem os maus de hábitos. Fico com os que fazem de mim louco e santo. Deles não quero respostas, quero o meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isto só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só ombros e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim metade bobeira metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, e lutem para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero os de metade infância e outra metade velhice! Crianças para que não esqueçam o valor do vento no nosso rosto; e velhos para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois, vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

| Oscar Wilde |


6 de outubro de 2010

Lugar ou espaço que se estende

Hoje vi os teus olhos com asas. O teu olhar voou para longe e com ele a tua voz. Parada diante ti, de sorriso esforçado por saber que não me vês, não me vês. A tua realidade não é a minha e por isso não lhe pertenço. Das memórias não há vestígio. Desapareci. Mesmo ao teu lado. Serei sempre tua.

13 de setembro de 2010


eu transporto o teu coração comigo 
(transporto-o no meu coração) 
nunca estou sem ele 
(para qualquer lado que vá,querida; 
e tudo o que faço apenas através de mim 
és tu quem o está fazendo, minha querida) 
não temo o destino(pois tu és o meu destino, meu doce) 
dispenso o mundo(porque linda tu és o meu mundo, a minha verdade) 
e és tu tudo aquilo que uma lua alguma vez significou 
e qualquer coisa que um sol cante perenemente és tu 


eis o segredo mais profundo que ninguém conhece 
(aqui está a raiz da raiz e o botão da flor do botão da flor 
e o céu do céu de uma árvore chamada vida; 
que cresce mais alto do que a alma pode aspirar ou a mente esconder) 
e esta é a maravilha que mantém as estrelas separadas 

eu transporto o teu coração(eu transporto-o no meu coração)
| e. e. cummings traduzido por Angel |
Obrigada*

11 de setembro de 2010

ontem. começo. hoje.


“(..) Sentados sobre as camas de ferro dos seus quartos, lembraram-se: 
encontrámo-nos. Naquele dia, perante a imagem verdadeira um do outro, sentiram: encontramo-nos.

No rosto dele, a esperança. No rosto dela, ainda mais esperança. Encontramo-nos. Encontrámo-nos. Encontraram-se. Foi ele que caminhou a distância pequena que ainda os separava. Foi ele que estendeu os braços. Ela baixou o olhar entre o seu corpo imóvel e a terra. Os braços dele sem uso. As palavras formaram-se dentro dela. As palavras aproximaram-se dos seus lábios. No silêncio, entre os seus rostos as palavras existiram e foram um eclipse (...)”
| José Luís Peixoto, excerto de "Ao adormecermos eternamente" em Antídoto |

2 de setembro de 2010

Estranho é o sono que não te devolve


Estranho é o sono que não te devolve. 
Como é estrangeiro o sossego 
de quem não espera recado. 
Essa sombra como é a alma 
de quem já só por dentro se ilumina 
e surpreende 
e por fora é 
apenas peso de ser tarde. Como é 
amargo não poder guardar-te 
em chão mais próximo do coração.


| Daniel Faria |

8 de agosto de 2010

Factos



Agora digo eu que 1976 foi uma boa colheita. De vinhos não percebo, mas de amigos sei do que falo.

[esta está na lista dos 100 hits de 1976. E os Beatles lá sabem...]

30 de julho de 2010

The future's paved with better days


I feel part of the universe open up to meet me
My emotion so submerged, broken down to kneel in
Once listening, the voices they came
Had to somehow greet myself, read myself
Heard vibrations within my cells, in my cells
Singing, "Ah-la-ah-ah, ah-la-ah-ah"

My love is safe for the universe
See me now, I'm bursting
On one planet, so many turns
Different worlds
Singing, "Ah-la-ah-ah, ah-ah-ah-ah, ah"

(Spanish guitar solo)

Fill my heart with discipline
Put there for the teaching
In my head see clouds of stairs
Help me as I'm reaching
The future's paved with better days

Not running from something
I'm running towards the day
Wide awake

A whisper once quiet
Now rising to a scream
Right in me

I'm falling, free falling
Words calling me
Up off my knees

I'm soaring and, darling,
You'll be the one that I can need
Still be free

Our future's paved with better days

27 de julho de 2010

note to self

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
| Carlos Drummond de Andrade |

18 de julho de 2010

Desassossego


“Tenho fome da extensão do tempo, e quero ser eu sem condições.”

| Livro do Desassossego, Bernardo Soares |

4 de julho de 2010

Railroads

The whole universe
Um mês parece tanto tempo…! Para mim, que fico cá à tua espera, resta-me imaginar-te nos sítios onde já estive e naqueles que nunca visitei (tarefa mais complicada, mas mais desafiante…). Vais adorar esta aventura e, posso garantir-te, ela irá viver contigo para sempre!
La cité des lumières tem os pontos turísticos mais famosos do mundo e, por isso, nada do que te diga será novidade! Sobe as escadas até ao Sacre Couer e, entre as cotoveladas dos turistas, ficas com Paris aos teus pés. Nas ruas de Montmatre vês boinas e pincéis, e não vais resistir a guardar a imagem através da lente. A caminho do Arc de Triomphe, faz o mesmo bem no meio da rua… mas cuidado com os carros! E atreve-te a percorrer os 250 degraus que te levam, verdadeiramente, ao Triunfo! Depois, e se não te importares de esperar algumas horas na fila, podes subir ainda mais alto: à Torre Eiffel, pois claro! A Notre Dame e o Louvre são paragens obrigatórias… Mas não deixes de lado o Jardin des Tuileries…
Quando chegares à cidade da Luz Vermelha, eis o que tens de fazer em primeiro lugar: apanhar um barco e deixar-te levar pelos canais. A pé, vais encontrar muitos, mas muitos sítios que te vão ficar gravados na memória. A casa de Anne Frank vale pela história que vive naquelas paredes. E o Vondelpark pela multiculturalidade! Habla español? Sprichst du deutsch? Parla italiano? Não percas o Museu Van Gogh e passa pelo prédio mais estreito da cidade! Desafio: coloca-te em frente à porta e abre os braços. Será possível?? Entra numa coffeeshop e vê (vê apenas, hein?) os menus… E na rua, tem cuidado com as bicicletas que (acham que) têm prioridade sobre tudo e todos em qualquer lado! Se não os conseguires vencer, junta-te a eles e aluga uma!
Na “minha” cidade, começa pela Praça Venceslau e ao meio-dia posiciona-te em frente ao relógio astronómico, que fica na Torre Gótica da Câmara Municipal. Dirige-te à Ponte Karlov e… respira a outra margem! Apanha o funicular até Petrin e, lá no cimo, tira uma foto à estátua (vais saber qual é…) – depois quero uma cópia! Nos Jardins Reais do Palácio também não te vão faltar imagens que de certeza quererás guardar… e não deixes de ir ao Bairro de Novy Svêt! Cá em baixo, procura com afinco os Jardins de Vrtba. Atenção: a entrada é muito escondida! Tens de saber ao que vais! E visita também as ilhas do rio Vltava. Ah! E não te esqueças de ver o Mural de homenagem ao John Lennon… Vai também ao Bairro Judeu, às sinagogas, ao cemitério… Ao Café Franz Kafka. E vai ali, ali, ali, ali, ali…
Vais ficar em Buda ou em Peste? Fiques onde ficares, tens de conhecer os dois lados da cidade! Peste é mais medieval e, sem dúvida, a minha preferida. Must do: distrito do Castelo, Igreja Mathias e o Bastião dos Pescadores (Fishermen’s Bastion). Se não tiveres medo de ficar com os pés amassados (embora ache que nesta altura já não vai haver muito a fazer…), sobe à Citadela… Gellert Hill será, sem dúvida, a melhor imagem panorâmica que vais encontrar. Do outro lado do rio, passa pelo Parlamento e pela Ópera, entra na Basílica de St. Stephen e espreita o Museu de Belas Artes, por entre as coluna de Heroe’s Square!
Em Viena, vais ficar maravilhada (se as obras já tiverem acabado!) com a Catedral St Stephen's e com o imponente Palácio Imperial. No Volksgarten senta-te num banco do jardim e aprecia o mar de cores! Não deixes também de ler os (curiosos) nomes das flores.  Num fim de tarde, percorre as margens do Danúbio… E, se quiseres sentir-te personagem “daquele” filme, vai ao Prater e roda com a Roda Gigante! Para uma paragem verdadeiramente cultural, entra na casa do Freud e vê o mais famoso divã! Passa também na zona das Universidades e almoça num dos restaurantes da zona. O Palácio Schorbrunn é outro dos que tens de marcar no mapa!… E não fiques admirada se, de vez em quando, vires uma placa num prédio a dizer “Aqui Mozart fez…” muita coisa!!!
Rodeada de água, já sabes que só tens uma coisa a fazer: apanhar uma gôndola! Ou, para bolsos menos fundos, o Vaporetto! Passa por baixo da Ponte dos Suspiros e imagina as histórias por detrás dos prédios batidos pelo sol. Vai à Praça de São Marcos e, sentada numa esplanada, observa os turistas! Perde-te nas ruas e ruelas, vê as fachadas dos inúmeros palacetes e caminha sobre Pontes…
Conselhos:
- No comboio, dorme com um olho aberto e outro fechado… e bem agarrada à mochila :-)
- À chegada a cada cidade, vai a um posto turístico e pede o mapa. Marca os locais onde queres ir e planeia cada dia, para conseguires ver tudo!
- Anda muuuuuito a pé… Sempre que puderes, evita os transportes públicos. Pode parecer uma frase feita, mas é verdadeiramente a melhor forma de conhecer os sítios…
- Quando andares de autocarro, vai atenta… para não deixares passar a tua paragem! São raros os transportes que dizem “Próxima paragem: Avenida”!
- Cuidado com o que dizes… em cada canto há um português!
- Anda com um pacote de açucar na mala: se a fraqueza atacar, ataca na fraqueza!
- A mais importante peça de roupa: o calçado! E um casaco, vá…
Pedidos:
- Não durmas nas estações de comboio!
- Tira muitas, muitas fotografias!
- … rouba um dia a Budapeste e VAI a Salzburgo… Deixa a cidade fazer parte desta aventura! É Mágica…
- Telefona de vez em quando…
- At last, but not the least: Lay back… and enjoy the ride…!
P.S. - Tópicos. Notas. Apontamentos. Este é apenas um esboço… Um breve resumo do mundo que encontrei com um bilhete de comboio na mão e que não consigo descrever ao pormenor. Há mais… Muito mais que isto! E eu vou poder vê-lo pelos teus olhos. Ainda não foste e já estou desejosa que voltes!
Secretamente, ou descaradamente, só queria ir contigo!…*

27 de junho de 2010

15 de maio de 2010

Knock Out


Meu sonho tem boca 
que o digam meus ossos 
tem dois olhos sobre a nuca


e reza todos os dias 
que em todas as horas 
houve um tempo 
sem mentira


meu anjo da guarda é uma puta de maõs compridas 
maquilhagem carregada 
e dá na fruta a puta 
barata desvairada escanzelada 
nas veias em vez de sangue corre-lhe cicuta 
ela ama-me 
pelo menos diz que sim 
e eu sinto o mesmo por ela 
à noite fico à espera que entre pela janela 
conta histórias doidas enquanto me adormece 
e eu sorrio 
cada um tem aquilo que merece 
e bebo as palavras e quase que me engasgo 
são belas perco-me nelas sem me fartar 
sem quase nunca me fartar 
podiamos ficar nisto o resto da noite 
em lugar nenhum 
no meio de um sonho 
no meio de mim 
no meio de ti


bebo as palavras e quase que me engasgo 
são belas perco-me nelas


uma duas três "G"s 
acendemos beatas 
matamos baratas 
e arrancamos o que resta do papel de parede 
vamo-lo rasgando bocado a bocado 
escrevemos frases chungas 
com um calhau caiado 
quatro cinco seis 
cantamos a música dos chulos lá fora 
e dançamos a nossa valsa tão desengonçada 
embebedamo-nos de saliva até irmos ao tapete 
já são oito nove dez 
e estamos fora de combate

31 de março de 2010

ti.


Silêncio. Nada. Mais silêncio. Oiço a respiração e a confissão de culpa. O corpo cedeu. Um pé em frente ao outro em frente ao outro em frente ao outro, fizeram o caminho a tracejado. O balão aparece desenhado como núvem e diz em surdina “não quero pensar em nada”. Silêncio. As palavras perdem-se na linha. Até que se grita e tudo fica grave. Ainda mais sério. Penso em quebrar o tempo, e regressar apenas quando tiver amontoado todas as partículas visíveis e invisíveis de

16 de março de 2010

Alice

If… I had a world of my own, everything would be nonsense. Nothing would be what it is, because everything would be what it isn't. And contrary wise, what is, it wouldn't be. And what it wouldn't be, it would. You see?

| Alice in Wonderland |

5 de março de 2010

27 de fevereiro de 2010

Ângulos

Às vezes encosto os nós dos dedos da mão à bochecha. Outras, apoio o queixo no polegar e empurro os lábios com o indicador. Há outras ainda em que o nariz, os lábios e o queixo descansam nas mãos que se encaixam milimetricamente. Os olhos semi-cerrados. É sempre fim de tarde.

7 de fevereiro de 2010

Ignited by tender

Já sei porque é que os Arctic Monkeys não tocaram o “Dancing Shoes”…
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… é porque eles foram direitinhos para os pés do Stuart Staples…

1 de fevereiro de 2010

Obra-Prima

"Hoje... até eu namorava contigo. Ou sempre. Talvez sempre." - diz ela longe do espelho

21 de janeiro de 2010

Hope is the thing with feathers...



Hope is the thing with feathers
That perches in the soul,
And sings the tune without the words,
And never stops at all

| Emily Dickinson |

10 de janeiro de 2010

My friends


Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spend it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on