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19 de abril de 2011

explicação da eternidade

devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.


os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.


foste eterna até ao fim.



| «A Casa, A Escuridão», José Luís Peixoto |

5 de abril de 2011

volto já

agora estou nas partidas. corro para o balcão de check-in e digo "sem bagagem de porão". sigo depois lentamente para a porta de embarque e entro no avião. para qualquer lado. só quero fumar um cigarro lá. ou mil.