21 de setembro de 2009
"Passado glorioso ajuda Pearl Jam a olhar o futuro"
Chega hoje às lojas 'Backspacer', novo álbum dos Pearl Jam. Sério candidato ao 1.º lugar do 'top' de vendas, foge à nostalgia do assinalar 20 anos de rock
Lentamente, a década de 90 começa a ser recuperada e as referências do início da mesma tornam-se fonte de nostalgia. Se alguns morreram (Kurt Cobain, dos Nirvana, ou Layne Stanley, dos Alice In Chains) e outros simplesmente ficaram pelo caminho (Soundgarden ou regressados Faith No More), os Pearl Jam souberam resistir ao tempo.
Eles são os únicos resistentes de uma geração que vestia calças de ganga rasgadas e camisas axadrezadas de flanela. Chamavam-lhes grunge, movimento associado a cidades da costa oeste americana como Seattle, Olympia, e Portland. Temas como a angústia e o sarcasmo eram recorrentes na escrita de figuras como Kurt Cobain ou Eddie Vedder mas, com o envelhecimento, o vocalista dos Pearl Jam amansou a fera que o levava a abordar traumas familiares, motivados pela ausência da figura paterna.
Um sintoma dessa mudança é o álbum a solo Into The Wild, uma banda sonora para o filme de Sean Penn com o mesmo nome (O Lado Selvagem).
Hoje, à beira de completarem 20 anos (nascimento foi em 1990 e o primeiro disco Ten viu a luz do dia apenas um ano depois), vivem imunes a crises financeiras ou tendências artísticas, ao ponto de assinarem em 2009 o seu depoimento mais directo e curto, como referem os mandamentos do punk que seguramente ouviram. O alinhamento (nove canções que perfazem 36 minutos de música) praticamente explica o quão instantâneo é este Backspacer.
Já este ano, a reedição do álbum de estreia Ten anunciava um primeiro momento de nostalgia que faria pressupor um olhar profundo sobre o passado. Mas os Pearl Jam sempre foram mestres na fuga ao óbvio e, ao prepararem uma nova colecção de canções, esqueceram o estatuto que os torna numa das bandas mais apetecíveis do planeta, quer para editoras, quer para fãs, quer para promotoras. Rodeados de um velho parceiro - Brendan O'Brien, um dos produtores mais requisitados do rock americano - com quem já não trabalhava há mais de dez anos, desde Yeld, com o objectivo de tornar as canções "mais curtas", confidenciou Eddie Vedder ainda durante as gravações. E como nenhum pormenor podia ser deixado ao acaso, o teledisco do primeiro single The Fixer, tem a assinatura do realizador Cameron Crowe. A capa foi desenhada por Dan Perkins, mais conhecido por Tom Tomorrow, ilustrador em diversas publicações de Los Angeles. O título refere-se a uma tecla utilizada, nas antigas máquinas escrever, retirada a partir da década de 50.
Independentemente dos resultados de Backspacer, os Pearl Jam vão continuar a ser um dos maiores grupos do planeta e nada melhor do que os números para tornar este dado num facto: 60 milhões de discos vendidos em todo o mundo e 72 CD duplos, o que os torna recordistas na edição de álbuns ao vivo oficiais no mercado, muito graças à digressão de Binaural.
Por Davide Pinheiro, in Diário de Notícias (21/09/09)
Etiquetas:
Eddie Vedder,
humming
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Ou não fosse eu uma eterna amante daquela estranha forma de vida, fixei-me no The End. Nas palavras do Eddie, é "an aching love song"... A letra é brutal. Tenho dito.
ResponderEliminareu tenho dito que acho que eles vêm cá!
ResponderEliminarTu é que já vinhas ter comigo, não????? Todos os dias, enquanto não começas as aulas... era pedir muito? :-D
ResponderEliminarEstou no Intercidades a caminho do Porto a ouvir o The End em repeat no Youtube... há muito tempo que a letra de uma música não me arrepiava tanto...é mais do que brutal. Tenho dito.
ResponderEliminar("suborna" a Pequenina com um abraço...costuma ser infalível ^^ ) *
Mar, ainda bem que me compreendes...
ResponderEliminarQuanto à Pequenina, vou ter de esperar até quinta-feira para pôr a tua teoria em prática ;-)