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28 de setembro de 2011

Estilhaçando sonhos bolhas róseas

a armadura dos murmúrios

os presentes das nossas gargantas que não chegaremos a abrir

obliterando tudo isso

eu pergunto

se a noite tem ao fundo

para lá da palavra fim

um fogo perene

uma chama inflexível

onde o nosso sorriso possa acontecer

síncrono
 
| Angel |

18 de setembro de 2011

los ojos hablan





“No le de más vueltas. Va a tener mil pasados sin ningún futuro. No piense más. Se va a quedar solo con recuerdos.”

11 de setembro de 2011

supondo que sonhei isto)
imagina só, quando o dia estremece
tu és uma casa em torno da qual
eu sou um vento-

as tuas paredes não se aperceberão de como
estranhamente a minha vida é curva
já que o melhor que se pode fazer
é espreitar pelas janelas, inobservado

-ouve, pois (acima de todas
as coisas)o sonho não se deixa enganar;
se este vento que eu sou ronda
cuidadosamente em torno desta casa que és tu

o amor sendo assim, ou assim,
as habituais esquinas do teu coração
nunca adivinharão o quanto
o meu maravilhoso ciúme é negro

se a luz florir:
ou o riso cintilar na
casa fechada (em torno e em torno
da qual um pobre vento vai vaguear

| e.e. cummings |
A cidade é um chão de palavras pisadas [...] A cidade é um céu de palavras paradas [...]  A cidade é um saco  um pulmão que respira pela palavra água  pela palavra brisa A cidade é um poro  um corpo que transpira pela palavra sangue  pela palavra ira.  [...]  A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá. Não há céu de palavras que a cidade não cubra não há rua de sons que a palavra não corra à procura da sombra de uma luz que não há.                  

| José Carlos Ary dos Santos |
- "Como é que, durante todos esses anos, ninguém mais, senão eu, pediu para entrar?". O guarda da porta, apercebendo-se de que o homem estava no fim, grita-lhe ao ouvido quase inerte: -"Aqui ninguém mais, senão tu, podia entrar, porque só para ti era feita esta porta."

| Franz Kafka, Diante da Lei |

9 de setembro de 2011

Hold Heart


Hold heart
Don't beat so loud
For me keep your calm
As he walks out on you

No tears
Don't you come out
If you blind me now
I am defeated

No lips
Don't make a sound
Don't let him hear
The break in your voice

Hand let go of this
With ease n' grace
Don't let him bleed under your nails

Oh Lord
Take off thy crown
You're my king no more
With start merciless heart

Hold heart
Don't beat so loud
For me keep your calm
As he walks out on you

No tears
Don't you come out
If you blind me now
I am defeated

8 de setembro de 2011

transparência

Momentos há em que a toda a nossa volta os objectos se tornam insuportáveis como se nos roubassem o ar, como se neles houvesse uma respiração onde o ar e a luz interviessem simultaneamente. Entre os sabores que tocam no meu espírito procuro então o que de melhor me possa devolver à transparência, não a dos espelhos ou dos vidros, que a literalidade impregna, mas a abrupta transparência dos sentidos.

| Luís Miguel Nava |

5 de setembro de 2011

extraordinary histories, ordinary histories

The Winner Is


Dwayne: I wish I could just sleep until I was eighteen and skip all this crap-high school and everything-just skip it.
Frank: Do you know who Marcel Proust is?
Dwayne: He's the guy you teach.
Frank: Yeah. French writer. Total loser. Never had a real job. Unrequited love affairs. Gay. Spent 20 years writing a book almost no one reads. But he's also probably the greatest writer since Shakespeare. Anyway, he uh... he gets down to the end of his life, and he looks back and decides that all those years he suffered, Those were the best years of his life, 'cause they made him who he was. All those years he was happy? You know, total waste. Didn't learn a thing. So, if you sleep until you're 18... Ah, think of the suffering you're gonna miss. I mean high school? High school-those are your prime suffering years. You don't get better suffering than that.

| Little Miss Sunshine |