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30 de julho de 2014

«Vem o sol, avança sobre os dias uma claridade que já quase ignorávamos, o calor estende-se longamente como um gato preguiçoso, é julho, quase agosto, e mesmo de gravata e afazeres ainda ao pescoço sabemos isso: que somos feitos para outros modos, que pertencemos a outros lugares. Não tem de ser necessariamente uma deslocação para outro país ou uma cidade diferente da nossa. Às vezes tudo o que nos falta é simplesmente caminhar com outro passo. É abrir a janela devagar, tendo consciência de que a abrimos. É reaprender outra qualidade para um quotidiano talvez demasiado deixado às rotinas e aos seus automatismos. É, no fundo, degustar o sabor das coisas mais simples.»

| José Tolentino Mendonça - O Hipopótamo de Deus |

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