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11 de novembro de 2010

E depois do Adeus


... o ficarmos sós.

Loucos e Santos!

Escolho os meus amigos não pela cor da pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila dos olhos. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espíritos, nem os maus de hábitos. Fico com os que fazem de mim louco e santo. Deles não quero respostas, quero o meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isto só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só ombros e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim metade bobeira metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, e lutem para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero os de metade infância e outra metade velhice! Crianças para que não esqueçam o valor do vento no nosso rosto; e velhos para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois, vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

| Oscar Wilde |